Bem cedinho os pedaladores lá estavam para ida a
Mafra. Cafezinho tomado e saímos em direcção
a Mafra onde nos juntámos com os restantes pedaladores.
Chegados ao parque fomos recebidos com um dia quase glaciar
e muito pouco convidativo para estas lides pedalantes, mas
já que se estava aqui, era para ir até ao
fim. Vestiram-se as capas e lá demos início
á recolha de agrafes nos dorsais (que não
se colocam no dorso). Recolhido o primeiro alinhámos
na partida (grande molhada) tentando manter o grupo junto
coisa que até não
foi tarefa difícil. “Pum”, partida. Primeiros
quilómetros em alcatrão com uns quantos mais
apressados a tentar ganhar uns preciosos segundos e outros
tantos a darem já sinal de que seria um longo dia
pois ainda não chegados à Tapada já
estavam de bicla na mão. Entrou-se na Tapada e o
frio desvaneceu-se tendo que se fazer a primeira paragem
para tirar as capas.
Aqui foi-se
subindo com a calma dos que não têm pressa
de chegar e que vieram para olhar para algo mais que a roda
e os 5 metros mais à frente. Muito bonito, nunca
tinha andado por aqui,
sempre por estradões largos e de fácil condução
(tirando os aceleras que passavam) permitiram uma volta
sempre conversadora. É engraçado que há
pouco tempo muitos mal conseguiam respirar e agora subiam
descontraidamente, só faltou cantar. E no meio de
tanta beleza eis que a natureza mostra o seu vigor e como
que quem não tem bicicleta monta aquilo que apanha.
Depois do frio inicial (pensava que
só ia ver pinguins e ursos polares) estes foram os
momentos mais próximos da vida selvagem que tive
(eu e muitos) pois parece que de gamos, javalis e outros
que tais pouco se viu (devem ter aprendido do ano passado).
Seguiu-se caminho, sempre muito rolante, para depois da
primeira subida com esse nome e umas descidas que requeriam
alguma atenção, chegar ao final da 1ª
etapa para uma paragem revigorante.
Trincou-se de tudo a que se deitou a mão, conversou-se
(muitoooo..) tirou-se o boneco do grupo (não todo
que alguns entretanto trataram de se atirar aos 100kms)
e via de recolher mais um agrafe.
Gostei de ver o amigo João que perto do controlo
contemplava os ciclistas passeantes com aquela cara de quem
quer mesmo é estar rapidamente de volta às
lides BTTistas (cá te esperamos). Agora
estava na hora de começar a pagar a factura do passeio
que foram os primeiros 25kms, com uns valentes sobe e desce
com uma morrinha a anunciar uma carga de água que
felizmente não aconteceu. Com uns vales que certamente
com um solzinho dever ainda mais bonitos lá fomos
vencendo os desafios encontrados e passando muita gente
que sei lá como já arrastavam as máquinas
nas subidas. Umas areias manhosas a obrigarem a uma condução
mais cuidada e depois de mais um agrafe a primeira e única
travessia aquática da volta.
Eu passei sem molhar os pés (isto são muitos
anos…) a Amélia atirou-se para o chão
ainda antes de chegar à ribeira, mas com mais molha
ou menos molha lá chegamos todos ao outro lado. Continuou-se
por montes e vales, sendo de assinalar que o trilho esta
sempre bem marcado,
mas não teria sido mal pensado que em algumas partes
mais atreitas a quedas aparatosas (descidas) estivesse um
elemento da organização, nem que seja para
accionar o possível socorro. Aqui íamos passando
uns nas subidas que depois nos passavam nas descidas, mas
sempre em bom ritmo aproximávamo-nos do já
desejado final que com uma grande e longa subida acabou
com os restos das energias de muitos dos pedalantes. Estava-se
novamente no alcatrão e depois de mais uma subida
entrámos em apoteose no estádio perante os
10 ou 15 espectadores, tendo mesmo 4 aplaudido de pé.
E nada de agrafe! Agora era um zingarelho que lia o código
de barras, certamente para regista o nosso memorável
tempo. Depois desta volta sem um único incidente
(furos e afins), estava na hora do merecido banho que depois
foi composto com o almoço servido na cantina da escola
(faltou uma vinhaça). Mais uma paragem para um café
e para mais uns momentos de conversa (tinha sido pouca…)
e vamos que já vai tarde.
Nota pessoal: Gostei, principalmente pelo espírito
do grupo seguido da oportunidade de pedalar na Tapada de
Mafra. Se vou voltar…. não sei… é
muita gente.
E o pirilampo mágido aguentou muito bem quase toda
a volta agarrado ao alto do capacete sabe-se lá como,
estando agora em merecido descanço.