E lá estava o cardume do costume, sim cardume, pois com esta água
a maioria já tem guelras e estão em crescimento as membranas
interdigitais. Com partida a hora exacta seguiu-se pelo Algueirão
velho para a primeira descida ate à Raposeira. Aqui
os meus travões tiveram que levar uma pequena afinação
pelo nosso mecânico relâmpago e acho que de seguida umas pastilhas
não lhe vão fazer mal nenhum. Como quem desce também
sobe, vai de se trepar ate ao alto do monte pela primeira das grandes subidas
do dia.
Recuperado o fôlego estava na hora de mais uma descida para animar
os mais aceleras, que chegaram a Cortegaça num ápice. Reagrupados,
estava na hora de um bocadinho de alcatrão até a Covões,
para novamente entrar em contacto com os trilhos isto claro de pois de uma
pequena busca.
Muito engraçado ente bocado onde um simpático casal até
nos abriu a porta da sua propriedade para mais facilmente passar sem ter
que dar uma volta pelo alto do monte.
Travessia à mão e chegada a uma pista de cross onde alguns
aproveitaram para uns saltinhos. Seguiu-se o caminho e muito interessante
foi o bocado que sobe ao longo do IC30 junto a Montelavar. Umas lamitas
para animar e atravessou-se a ponte para junto dos moinhos os descedores
de serviço tirarem a barriga de misérias com a longa e pedregosa
descida que nos leva do alto do monte em linha quase recta até à
ribeira da Cabrela. Alguns não contentes até tratarem de trepar
novamente só para a descerem novamente (esta subidas extras pagam-se
caro mais tarde).
Mesmo com uma ponte onde se tirou a foto de grupo, um dos elementos não
resistiu e atirou-se à ribeira mais que uma vez, mas atravessou-a.
E como que desce sobe, vai de se trepar serra acima quase até ao
Faião para então entrar nos trilhos lamacentos que nos levariam
até à Aldeia de Broas, isto claro com uma volta para trás
que não é por aqui para animar. Aqui aquela morrinha manhosa
pegou e não nos largou mais o resto da volta tornando esta numa das
mais encharcadas voltas do ano. A
descida até à Aldeia fez-se animada e mesmo com um zig-zag
por entre os escuteiros que abandonavam o local a coisa fez-se rápida.
Paragem para recompor e para a visita às instalações.
Os nosso agradecimentos ao escoteiro que nos deu toda a água que
já não necessitavam e variando a já conhecida picada
até ao rio, tomou-se o trilho da esquerda. Que grande maluqueira,
tinha descidas que até a pé era difícil, pelo menos
para alguns, pois os mais corajosos (ou malucos) desceram tudo na montada,
até tiveram que tira o banco tal era o declive. Foram chegando ao
fundo do trilho, alguns ainda pareciam que vinha a meio tal era euforia,
todos contavam como passaram a pedra ou o tronco, até a nossa menina
chegou cá abaixo (… nem sei como..). A
chuva continuava fina mas persistente e ainda nos faltava um bom bocado
para o regresso, por isso nada com tratar de nos fazer-mos ao caminho rio
acima. Aqui começaram os problemas mais sério com algumas
máquinas a darem de si, primeiro um eixo que perdeu as esferas, depois
um pedaleiro que tratou de fazer o mesmo e por fim um parafuso do pedal
perdido que impossibilitava a pedalação. Mas isso não
foi nada, o grande susto foi quando a noss amiga, certamente farta desta
cambada vestida de lycra, se atirou de uma ponte abaixo, provocando uma
das maiores concentrações de maduros em torno de uma só
mulher. Felizmente foi só um grande susto
para todos e depois de recompostos lá se seguiu caminho. Muita agua
e alguma lama não foram para estes decididos pedaladores que como
se pode lá se foi saindo do vale, pois mesmo a pé tem que
chegar ao fim. Como a coisa já se fazia tarde e não fazia
sentido ficarmos todos à espera uns dos outros, no túnel sob
o IC30 em Armés parte dos pedaladores tomaram a estrada e foram adiantando
caminho de regresso ao Algueirão. Ainda fiz toda a recta até
Campo Raso a rebocar um dos pedaladores sem pedais, o que me pareceu uma
longa subida, e as minhas pernas ficaram a acusar o esforço nos dias
seguintes, mas ninguém ficou mesmo para trás. Já chegados
ao Algueirão e com ~30Kms pedalados, ficou-se com a sensação
de que esta volta, mesmo que curta, foi das mais duras que se tem feito,
certamente pela combinação entre a grandes subidas e descidas
com a chuvinha manhosa que não nos largou desde o meio da manhã. O trilho GPS encontra-se mais a baixo.
Aldeia de Broas 1
28 de Fevereiro 2006
~40 Km
Médio/Longo
Com o dia maravilhoso que se pôs, tinha-mos que dar uma voltinha a
condizer. Como tínhamos companhia nova, tentamos fazer a coisa calma
e suave de modo a não assustar a companhia, mas foi mais forte que
nós e lá fizemos 40Kms. Inicialmente com calma e muito alcatrão
(estradas secundárias) lá entramos no vale da Cabrela pelo
lado da Godigana onde depois da primeira descida digna desse nome, encontramos
os primeiros lava pés. No fundo do vale as ribeiras de águas
claras e de passagem fácil animaram a malta nas primeiras chapinações...
Agora era a primeira grande subida a fazer desmontar mesmo o mais teimoso,
pois as pernas não queriam colaborar bem como o piso escorregadio.
Chegados ao topo impunha-se uma paragem para recuperar o ar perdido na subida
e claro trincar qualquer coisita. Mais uns caminhos enlameados com umas
belas poças (e fundas) para animar, passamos junto ao Faião
e lá descemos até à abandonada mas não esquecida
Aldeia de Broas, onde o nosso amigo Raul
nos mostrou alguns dos seus segredos.
Subindo novamente para depois descer Passando por Almorquim dirigimo-nos
a Cheleiros para mais uma paragem revigorante e claro
para a foto de família.
Agora só faltava a parte pior que é subir tudo para voltar
para casa. A subida de Anços (~120m em ~1Km) foi logo a primeira
que ao fim de quase 30Km já não se mostra nada fácil.
Depois dessa já nada parecia difícil, mesmo para a nossa estreante
Sandra
que com a sua bicicleta dobrável se mostrou sempre à altura
dos desafios. Depois de uns quantos "é só mais 1 ou dois
Kms" lá regressamos ao Algueirão.